sexta-feira, 25 de maio de 2012

"FALAR A VERDADE FAZ BEM"

"FALAR A VERDADE FAZ BEM"


Antes de ser afligido, andava errado; mas agora guardo a tua palavra. (Salmo 119.67).

A Palavra de Deus diz que não há maldição sem causa (Pv 26.2), mas poucas pessoas se dão ao trabalho de crer nessa declaração bíblica. Se o inimigo já agiu ou tem agido na sua vida e na de sua família, esteja certo de que ele tem encontrado a porta aberta – por meio de algo simples, como, por exemplo, o medo de Jó, ou por alguma coisa mais séria. Os problemas mostram que a comunhão com o Pai foi quebrada e o diabo ganhou a permissão para tocar em seu viver. Nesse caso, é preciso pedir a direção divina.

Jesus disse a certo homem enfermo, que vivia junto ao tanque de Betesda: Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior (Jo 5.14). O pecado o fizera paralítico por 38 anos.

O orgulho que alguém tem de não confessar publicamente as suas fraquezas também impede que outros se arrependam, pois muitos, se vissem a coragem de alguém que tenha sido perdoado, curado ou recebido outro tipo de bênção falar da sua antiga vida de pecado, iria animar-se a deixar o caminho do erro. O próprio João Batista só batizava se a pessoa confessasse seus pecados diante de todos; afinal, a confissão traz perdão (Mc 1.4).

Sem dúvida, o Senhor permite que Seus filhos sejam afligidos para que acordem, arrependam-se dos erros que os levarão ao sofrimento eterno e, assim, alcancem o perdão divino. Quem se dá ao erro, no momento em que isso ocorre, é desligado da presença de Deus.

Ora, pecar não é somente adulterar, usar de desonestidade ou outro artifício considerado sujo e nojento. Quem não obedece completamente à Palavra de Deus se separa dEle. Uma vez que o Todo-Poderoso tenha falado pela Sua Palavra, temos de nos submeter à Sua direção. O servo obediente tem sempre o favor do Senhor; por outro lado, quem não Lhe obedece traz sobre si o carimbo de que não O ama.

Não há nada mais importante do que aprender a lição divina. Se o Altíssimo lhe fala algo, Ele não o faz para debochar de você, e sim para que você corrija seu proceder e se livre do mal no qual se envolveu e que, sem dúvida, permitirá ao impiedoso inimigo realizar suas más obras.

O segredo é guardar a santa Palavra. Portanto, seja sábio e prudente, não desprezando o momento da visitação de Deus. Hoje, Ele vem como seu Advogado para ajudá-lo a sair da condenação. Porém, se não Lhe der ouvidos, não adiantará clamar por misericórdia no Dia do Juízo. Quem ali estiver só estará para ouvir a sentença, e não para ser perdoado ou transformado. O que você fará?

terça-feira, 22 de maio de 2012

"ESTRUTURA INTACTA"

"ESTRUTURA INTACTA"








Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra. (Salmo 34.20).




Dentre as muitas coisas importantes que devemos aprender, uma delas é que a recriação não é somente uma palavra bonita; nela, fomos perfeitamente refeitos. O pecado de Adão trouxe a morte ao nosso mundo, e, de certo modo, todos nós fomos corrompidos com a natureza de Satanás, uns menos, outros mais. No entanto, quem passou pelo novo nascimento foi recriado em Cristo Jesus e, por isso, não há nele mais nenhum ponto fraco.

O velho homem tinha várias fraquezas, mas o novo – refeito em Cristo – não trouxe consigo nenhum daqueles defeitos que a morte havia conseguido imprimir na nossa estrutura. Mesmo que tenha caído em algum laço maligno, quem nasceu de novo não mais carregará fraqueza alguma como castigo se confessar que pecou e pedir perdão ao Senhor, pois Ele garante que as suas estruturas não serão quebradas.

A maior tragédia na vida de um filho de Deus é cair em pecado, pois sua nova constituição foi feita para suportar todas as tentações. Na verdade, elas podem levá-lo até a borda do abismo, até o pináculo do templo, mas, se for temente ao Altíssimo, ele não atenderá ao maligno; porém, se tiver transgredido, mas confessar seu erro, será perdoado.

A glória do cristão é não cair em nenhuma tentação. Ele não deve procurar ser tentado, mas, como Jesus foi levado pelo Espírito de Deus ao deserto para passar pela tentação, pode esperar que isso também ocorra com ele. No entanto, ao perceber a proposta maligna, o servo do Altíssimo deve partir imediatamente para o ataque com a Palavra do Senhor. Mil podem cair ao lado dele, e dez mil à sua direita, mas ele não será atingido (Sl 91.7).

O Senhor garante que não haverá nenhum ponto quebradiço em sua estrutura se você for fiel a Ele. Mas, com o passar do tempo, por não ter vigiado, é possível que você esteja sendo enganado pelo adversário e, em seu espírito, haja algumas áreas vulneráveis. Nesse caso, entre em oração o quanto antes, confesse o que tem aceitado e peça a Deus sua restauração completa. Sem dúvida, Ele o atenderá de pronto.

O erro de muitos é não ser sincero com o Senhor. Ora, Ele sabe de tudo! Até mesmo o desejo mais sujo e secreto do coração do homem está nu e descoberto perante os olhos do onisciente Deus. Então, se houver algo errado em sua vida – como, por exemplo, pensamentos torpes, tentações com as quais você brinca e das quais até se aproveita para ter alguma inspiração ou prazer –, diga isso ao Senhor e abandone completamente essas práticas.

Tudo o que existe em nós deve bendizer o Nome de Deus. Se assim for, você não será confundido. Portanto, a partir de agora, não permita que nenhuma tentação exista em seu coração. Seja sincero sempre, e o Senhor fará a sua estrutura ficar intacta. Que as suas vestes sejam sempre alvas é a minha oração!













sábado, 19 de maio de 2012

Aniversário do Helder!

Ontem 18/05 foi  o aniversário do prefeito de Ananindeua , Helder Barbalho. O dia foi lembrado com uma missa na Igreja de Santa Paula Francinete. Estiverem presentes muitos convidados, para prestigiar o evento, que por sinal foi muito concorrido. Eu estive lá e deixei meu abraço ao jovem prefeito.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O Curruptômetro

O CORRUPTÔMETRO - FREI BETTO


A Transparência Internacional divulgou, dia 07, na Alemanha, o índice de corrupção no mundo. Numa escala de 0 (sem corrupção) a 10 (haja lanterna de Diógenes para descobrir um honesto!), o Brasil mereceu 3,7 pontos. Avançou da 80ª posição para a 75ª, entre as 180 nações analisadas. Nosso país se equipara, agora, à Colômbia, ao Peru e ao Suriname. O país onde há menos corrupção é a Nova Zelândia.

Por que há tanta corrupção no Brasil? Temos leis, sistema judiciário, polícias e mídia atenta. Prevalece, entretanto, a impunidade – a mãe dos corruptos. Você conhece o nome de um notório corrupto brasileiro? Ele foi processado e está na cadeia?

Padre Vieira, no sermão em homenagem à festa de Santo Antônio, em 1654, indagava: "O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção?". A seu ver, havia duas causas principais: a contradição de quem deveria salgar e a incredulidade do povo diante de tantos atos que não correspondiam às palavras.

O corrupto se caracteriza por não se admitir como tal. Esperto, age movido pela ambição de dinheiro. Não é propriamente um ladrão. Antes, trata-se de um requintado chantagista, desses de conversa frouxa, sorriso amável, salamaleques gentis. Anzol sem isca peixe não belisca.
O corrupto não se expõe; extorque. Considera a comissão um direito; a porcentagem, pagamento por serviços; o desvio, forma de apropriar-se do que lhe pertence; o caixa dois, investimento eleitoral. Bobos aqueles que fazem tráfico de influência sem tirar proveito.

Há muitos tipos de corruptos. O corrupto oficial se vale da função pública para tirar proveitos para si, a família e os amigos. Troca a placa do carro, embarca a mulher com passagem custeada pelo erário, usa cartão de crédito debitável no orçamento do Estado, faz gastos e obriga o contribuinte a pagá-los. Considera natural o superfaturamento, a ausência de licitação, a concorrência com cartas marcadas.

A lógica do corrupto é corrupta: "Se não aproveito, outro leva vantagem em meu lugar". Seu único temor é ser apanhado em flagrante delito. Não se envergonha de se olhar no espelho, apenas teme ver o nome estampado nos jornais. Confiante, jamais imagina a filha pequena a indagar-lhe: "Papai, é verdade que você é corrupto?".

O corrupto não sente nenhum escrúpulo em dar ou receber caixas de uísque no Natal, presentes caros de fornecedores ou patrocinar férias de juízes. Afrouxam-lhe com agrados e, assim, ele relaxa a burocracia que retém as verbas públicas.

Há o corrupto privado. Jamais menciona quantias, tão somente insinua, cauteloso. Assim, torna-se o rei da metáfora. Nunca é direto. Fala em circunlóquios, seguro de que o interlocutor saberá ler nas entrelinhas.

O corrupto franciscano pratica o toma lá, dá cá. Seu lema é "quem não chora, não mama". Não ostenta riquezas, não viaja ao exterior, faz-se de pobretão para melhor encobrir a maracutaia. É o primeiro a indignar-se quando o assunto é a corrupção que grassa pelo país.

O corrupto exibido gasta o que não ganha, constrói mansões e castelos, enche o latifúndio de bois, convencido de que puxa-saquismo é amizade e sorriso cúmplice, cegueira. Vangloria-se de sua astúcia ao enganar e mentir.

O corrupto nostálgico orgulha-se do pai ferroviário, da mãe professora, da origem humilde na roça, mas está intimamente convencido de que, tivessem as mesmas oportunidades de meter a mão na cumbuca, seus antepassados não deixariam passar.

O corrupto previdente, calculista, já está de olho na Copa do Mundo no Brasil, em 2014, e nas Olimpíadas do Rio, em 2016. Ele sabe que os jogos Pan-americanos no Rio, em 2007, tiveram orçamento de R$ 800 milhões e consumiram R$ 4 bilhões.

O corrupto não sorri, agrada; não cumprimenta, estende a mão; não elogia, incensa; não tem valores, apenas saldo bancário. De tal modo se corrompe que nem mais percebe que é um corrupto. Julga-se um negocista bem-sucedido.

Melífluo, o corrupto é cheio de dedos, encosta-se nos honestos para se lhe aproveitar a sombra, trata os subalternos com uma dureza que o faz parecer o mais íntegro dos seres humanos. Aliás, o corrupto acredita piamente que todos o consideram de uma lisura capaz de causar inveja em madre Teresa de Calcutá.

O corrupto se julga dotado de uma inteligência que o livra do mundo dos ingênuos e torna-o mais arguto e esperto do que o comum dos mortais.

Enquanto os corruptos brasileiros não vão para a cadeia, ao menos nós, eleitores, ano que vem podemos impedi-los de ser eleitos para funções públicas.

Frei Betto é escritor, autor do romance Um homem chamado Jesus, lançamento da Editora Rocco.



quinta-feira, 10 de maio de 2012

Em que você está investindo?

CARINHO É BOM INVESTIMENTO


Havia uma pequena aldeia onde não existia dinheiro. Tudo o que as pessoas precisavam para viver feliz elas obtinham trocando CARINHO umas com as outras, simbolizado por um floquinho de algodão.
Era comum as pessoas darem seus floquinhos sem querer nada em troca, pois sabiam que receberiam outros num outro momento, outro dia.
Uma bruxa, que vivia fora da aldeia, convenceu um garoto a não mais dar seus floquinhos. Desta forma ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria tudo o que quisesse. Iludido pelas palavras da malvada, o menino, que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia, passou a juntar seus floquinhos e em pouquíssimo tempo sua casa estava repleta deles, ficando até difícil de se mexer ali.

Quando se deu conta, a cidade já não tinha mais CARINHO. E em seu lugar apareceram coisas ruins como a GANÂNCIA, ROUBO, ÓDIO, XINGAMENTO, INDIFERENÇA.
O menino foi o primeiro a sentir-se TRISTE e SOZINHO e foi procurar a velha para dizer-lhe umas boas, mas não a encontrou. Disposto a reparar o mal, pegou uma grande carriola, colocou todos os seus floquinhos nela e caminhou pela cidade disposto a distribuí-lo graciosamente a todos. Mas as pessoas não recebiam CARINHO a tanto tempo que o olhavam com DESCONFIANÇA.

Por fim, conseguiu distribuir todos eles, mas não recebeu nenhum de volta e ficou um dúvida se tinha feito a coisa certa. Foi quando a ESPERANÇA apareceu e disse-lhe que continuasse até que todos voltassem a se lembrar da importância de dar e receber CARINHO. Ao que ele respondeu: - Não tenho mais CARINHO para dar, minha carriola está vazia.

Tem sim, disse-lhe a ESPERANÇA, sua carriola pode estar vazia, mas seu coração, com certeza, está cheio.

- É verdade, disse o menino, já não me sinto mais triste e sozinho, que mistério é esse?

- Ao distribuir CARINHO, você estava semeando uma boa semente, e todos o que semeiam uma semente tão boa como esta, certamente colherão em abundância.

Aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Gálatas 6.7






Autor desconhecido.

Colaborador: Conferencista Carlos Ribeiro (adaptado)



segunda-feira, 7 de maio de 2012

Feliz Aniversário, Pr. Gilberto!



Ontem 06/05/2012 foi aniversário do Pr. Gilberto Marques de Souza. Nosso grande lider da Assembléia de Deus no Pará, onde preside a COMIEADEPA.  Hoje haverá uma celebração especial no templo Central do Maguari, se Deus quizer estarei lá. Um grande abraço, Pastor! E que Jesus continue iluminando seu caminho!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Viva o crime brasileiro

Viva o crime brasileiro

O Brasil nunca foi tão rico em toda a sua história quanto agora. A criminalidade nunca foi tão grave. É uma relação de causa e efeito? Pode ser. Não se tem ainda, no entanto, como demonstrar o nexo de causalidade. Mas pode-se chegar a uma conclusão surpreendente — e inédita: o crime se estratificou no Brasil.
O crime dito de colarinho branco se sofisticou na mesma medida em que passou a movimentar valores em dinheiro e símbolos de poder que colocam o Brasil no topo do ranking nesse segmento. Certamente numa posição mais avançada do que o 6º lugar em que o país está dentre os PIBs mundiais.
O recorde anterior era o 8º lugar, conquistado na década de 1970, com o "milagre econômico" do regime militar. Depois o Brasil regrediu quatro posições, até recomeçar a subir, superando seis países, depois do Plano Real.
Os criminosos de colarinho branco não têm mais por hábito matar. Eles liquidam moralmente, ou financeiramente, graças às armas que a mais alta tecnologia lhes fornece. Podem ter que usar o recurso extremo, mas, quase sempre, só no desespero.
Litigam a partir de suas mesas, diante de um computador, com assessorias visíveis e invisíveis (estas, as mais eficientes, principalmente as não assumidas ou não declaradas).
O exemplo mais recente e acabado desse modo de proceder é o do suposto bicheiro Carlinhos Cachoeira. Ele não se enquadra no modelo de um Anísio Abrahão ou Castor de Andrade. Conta com senadores, deputados federais, governadores, empresários, jornalistas.
Está conectado a empresas muito maiores, dentro e fora do país. Mesmo alvejado por disparos verbais e ameaças materiais, se mantém calmo. Sua munição é tão vasta quanto imprevisível. Seu arquivo eletrônico é seu seguro de vida. Embora sem garantia certa ou cobertura definida.
Mas há um crime de rua, violento e sangrento, como "nunca antes", para usar o bordão do ex-presidente Lula, que muito contribuiu para esse "aperfeiçoamento" maligno com seu populismo de resultados, mais eficiente e mais inescrupuloso do que o populismo amador e romântico dos políticos da República de 1946. O do líder sindical é, et pour cause, profissional. Sublimemente (ou subliminarmente) mafioso. O Brasil dos nossos dias é uma recriação monumental da Chicago do entre guerras mundiais do século XX.
Vem do Maranhão o mais recente exemplo dessa criminalidade. Na noite do dia 23 um homem desceu de uma moto na qual era o carona, com a cobertura de uma segunda moto. Caminhou calmamente até um dos restaurantes da frequentada e admirada orla litorânea de São Luiz do Maranhão, ponto turístico nacional.
Foi até uma das mesas, tirou uma pistola calibre 40, preferência policial por sua potência e eficiência. Mirou no ocupante de uma das mesas, que estraçalhava caranguejos, como costumam noticiar as colunas sociais.
Fez seis disparos com direção certa e objetivo definido: matar sem piedade, tripudiar sobre a morte. Duas balas atingiram a cabeça da vítima. Outras duas, o pescoço. E mais duas a região do coração.
Sangue espirrou, carregado de massa encefálica, pele e osso. Os tiros não foram apenas para matar: a morte devia servir de mensagem a quem interessar pudesse.
O assassino olhou em torno, disse palavras ameaçadoras para o garçom, que testemunhara estupefato o crime, guardou a arma e saiu com a mesma calma da chegada. Não escondeu o rosto nem teve pressa em fugir.
Subiu na moto e sumiu, sempre com a cobertura do segundo veículo (inspeções constantes a motocicletas devia ser uma estratégia sagrada no Brasil). Não tinha receio em ser identificado nem, talvez, preso. Se for preso, acredita, será por pouco tempo. Tem cobertura — e da grossa.
A vítima, Décio Sá, tinha 42 anos. Era jornalista havia muito tempo. Desde 2006 escrevia um dos muitos blogs criados por maranhenses que não têm onde se manifestar, querem se informar e informar os outros. É a alternativa à grande imprensa, dominada pelos grupos políticos e empresariais que mandam no Maranhão, o Estado mais pobre (alguma relação com o fato de ser, geograficamente, Meio Norte com o Piauí, metade Amazônia e metade Nordeste?).
Décio criou a imagem de jornalista investigativo, eficiente, audacioso e corajoso, graças ao blog. Mas trabalhava havia tempo suficiente no maior grupo de comunicação do Estado. Sob essas outras vestes, suscitava dúvidas quanto à sua independência e autonomia.
Ele era um repórter político especial do Sistema Mirante de Comunicação, afiliado à Rede Globo de Televisão. e, em particular, do jornal O Estado do Maranhão, líder dos impressos maranhenses.
Esses veículos são dirigidos de perto pelo maior político do Maranhão, o ex-presidente da república e presidente do Senado, José Sarney. Nada de importante sai nos órgãos de comunicação do também ex-governador sem sua aprovação. O noticiário político, então, é criação sua. Nem sempre para reproduzir a verdade. Às vezes, também, para mandar recados.
As oligarquias no Maranhão não costumam aparecer na literatura que Sarney, igualmente imortal da Academia Brasileira de Letras, costuma cometer. Nem é preciso: a ficção do beletrista senador é acanhada demais para dar conta de realidade de tal magnitude. Tão impressionante que dispensa pitadas de invenção. Basta olhar com olhos de ver e mãos de reproduzir a cena com a fidelidade temerária de um herói. Talvez logo depois morto.
Décio Sá falava ao celular, em frente aos caranguejos cozidos, seu prato de resistência. Quando recebeu os tiros, o jornalista falava com Aristides Milhomem, mais conhecido por Tatá, vice-prefeito do município de Barra do Corda e irmão de Carlos Alberto Milhomem, deputado estadual.
Sem conseguir restabelecer a ligação, Tatá acionou Fábio Câmara, suplente de senador e amigo de Décio, que estivera em contato com outro amigo, um personal trainer, executado pouco antes, no mesmo dia, num ponto mais distante da faixa valorizada da capital maranhense. E que também iria para o bar Estrela do Mar para a caranguejada.
A última postagem de Décio no seu blog foi sobre o assassinato de Miguel Pereira de Araújo, o Miguelzinho. Ele foi morto em 1997 e o julgamento seria realizado em Barra do Corda, que forma com Presidente Dutra e Grajaú, o principal reduto de pistoleiros no Maranhão.
O problema é que das 25 pessoas sorteadas para integrar o corpo de jurados, que teria sete membros, 25 eram ligadas a Manoel Mariano de Souza. Além de ser prefeito municipal, ele é pai do empresário Pedro Teles, acusado de ser o mandante do crime. Seria represália contra o alegado invasor de suas terras. Pedro é irmão do deputado estadual Rego Teles, do PV.
O advogado Leandro Sampaio Peixoto, defensor de Miguelzinho, pediu o desaforamento do júri para São Luiz no mesmo dia da morte de Décio, a quem forneceu cópía da petição. Nela, previu que o julgamento, se realizado em Barra do Corda, terá desfecho viciado.
Ele sabe o que diz: é filho do ex-prefeito Avelar Sampaio, do PTB. Foi Avelar, quando prefeito, quem cedeu os pistoleiros Moraes Alexandre e Raimundo Pereira para proteger Manoel Mariano. Na época os dois eram amigos. Rompidos, se tornaram inimigos. Manoel interrompeu a sucessão no poder da família do seu (ex) amigo.
Para as oligarquias que comandam o interior do Brasil, isso é crime. A ser quitado com outro crime, sem os refinamentos do pessoal do andar de cima, que circula de colarinho branco por esses ambientes. O encadeamento é óbvio. O problema é segui-lo.
Um leitor, que usou um nome falso (Madureira), fez o único comentário, postado momentos antes da consumação do assassinato do blogueiro. Concluiu: "tá na cara que é jogo de cartas marcadas. precisa mais detalhes que esses?? creio que não !!"
Apesar do acesso constante ao blog, ainda mais depois do crime, ninguém voltou a se manifestar. O silêncio é a regra de ouro desses acontecimentos, cada vez mais frequentes no Brasil oculto. Quem fala muito morre com a boca cheia de formiga, ameaça uma tirada de humor negro. Muito negro.